BCA prevê que o dólar atingirá seu pico em 2025
Grandes tempos estão por vir para o dólar americano, segundo analistas da BCA Research. A perspectiva é otimista, especialmente porque o dólar foi um dos maiores beneficiários de 2024. No entanto, a BCA prevê que a moeda alcance seu pico no próximo ano, impactada por "políticas coordenadas entre os principais países para desvalorizar o dólar dos EUA".
A atual recuperação do dólar é impulsionada pelo sólido desempenho econômico dos EUA e pelo possível aumento de tarifas após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais. Embora a desvalorização do dólar possa ser um fator importante, analistas alertam que a criação de empregos nos EUA depende, entre outros fatores, de tarifas de importação mais altas ou de uma desvalorização significativa da moeda. A desvalorização do dólar poderia ser alcançada por meio de intervenções no mercado cambial ou de políticas monetárias mais flexíveis. Isso tornaria os produtos americanos mais baratos no exterior, estimulando exportações e gerando mais empregos no setor industrial.
Apesar disso, cresce a expectativa de que a moeda americana enfrente uma queda em 2025. A BCA Research mantém uma visão positiva de curto prazo, embora ressalte que "o momento exato para o pico do dólar é incerto; acreditamos que ocorrerá no primeiro semestre de 2025". Além das políticas coordenadas, fatores como o aumento da dívida pública dos EUA e a instabilidade geopolítica podem exercer pressão adicional sobre o dólar, acelerando sua desvalorização.
Para a BCA Research, o governo Trump provavelmente buscará desvalorizar o dólar, já que essa política poderia aumentar a competitividade da indústria americana sem prejudicar empresas e investidores. Especialistas sugerem que enfraquecer o dólar seria uma estratégia mais eficaz do que impor barreiras comerciais. A desvalorização estimularia a indústria americana ao tornar os produtos mais baratos no exterior, sem que houvesse necessidade de tarifas adicionais.
Enquanto os EUA buscam enfraquecer o dólar para impulsionar sua competitividade, outros países podem enfrentar pressões para ajustar suas políticas cambiais. Isso pode desencadear respostas diversificadas no cenário internacional. A BCA Research prevê que o governo dos EUA usará a ameaça de tarifas elevadas para pressionar outros países a fortalecerem suas moedas. Nações europeias, além de Japão e China, podem aceitar ajustes em suas taxas de câmbio para evitar tarifas de importação mais altas.
Tais políticas coordenadas poderiam envolver acordos multilaterais para ajustar taxas de câmbio de forma controlada, evitando uma guerra cambial e promovendo estabilidade no comércio global. No entanto, a disposição de países como China e Japão em cooperar dependeria de concessões significativas dos EUA. Por fim, esses países poderiam eventualmente desvalorizar suas moedas, uma vez que "a poeira da ameaça tarifária dos EUA se assentar", concluiu a BCA Research.