A economia da China enfrenta dificuldades devido a problemas na indústria
A economia da China enfrenta um período de grandes desafios neste outono. Especialistas observam que o início da estação agravou as dificuldades do setor industrial chinês, que já lidava com a desaceleração do mercado imobiliário, elevada dívida e intensificação da concorrência global. Conforme revelado pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China, os problemas estruturais do país se intensificam, evidenciados pela queda de mais de 25% nos lucros do setor industrial em setembro.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda nos lucros do setor industrial foi de 27,1%, representando uma redução superior a um quarto. Durante o auge da crise da COVID-19, algo semelhante foi observado pela última vez, quando o país implementou lockdowns rigorosos.
Nos primeiros nove meses deste ano, os lucros das empresas estatais caíram 6,5%, enquanto a queda acumulada até o oitavo mês havia sido de 1,3%. No setor privado, a retração foi ainda mais significativa, atingindo 9,9%. Essas tendências setoriais revelam um cenário complexo que o atual pacote de apoio dificilmente conseguirá resolver.
A situação é especialmente preocupante na construção civil, que registrou uma queda alarmante de 51% devido à desaceleração no mercado imobiliário e à crescente desconfiança dos consumidores. A mineração de carvão também sofreu uma redução de 21,9%, reflexo da transição energética e da pressão para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Por outro lado, a produção de metais não ferrosos subiu 52,5%, impulsionada pela demanda crescente por eletrificação e tecnologias verdes, enquanto os têxteis tiveram alta de 11,5% e os equipamentos elétricos cresceram 7,1%.
Relatos anteriores indicam que as autoridades chinesas não conseguiram conter a queda acentuada nos preços das moradias, que estão em declínio desde 2015. Nos primeiros nove meses de 2024, as vendas de imóveis caíram mais de 17%. Se a crise no setor imobiliário não for contida, as implicações podem ser globais, afetando economias de países com laços comerciais estreitos com a China.
Analistas financeiros avaliam que o pacote de apoio orçamentário de 800 bilhões de yuans (mais de US$ 100 bilhões) não deverá resolver a situação. Em vez disso, essas medidas podem apenas retardar uma crise com raízes em problemas estruturais profundamente enraizados.