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O índice S&P 500 disparou para máximas históricas na quinta-feira, fechando em novos patamares logo após o Federal Reserve anunciar um corte de 50 pontos base na taxa de juros e insinuar mais medidas a serem tomadas.
O Dow Jones Industrial Average também agradou os investidores, fechando a sessão em um máximo histórico, superando a marca de 42.000 pontos. Este resultado foi registrado pela primeira vez em sua longa história.
Grandes empresas que dominaram o mercado de ações ao longo do ano fortaleceram suas posições mais uma vez. Assim, as ações da Tesla (TSLA.O) subiram mais de 7%, enquanto Apple (AAPL.O) e Meta Platforms (proibida na Rússia) cada uma acrescentou quase 4%.
O sucesso da Nvidia (NVDA.O) impulsionado por avanços tecnológicos no campo da inteligência artificial levou a uma alta de 4% nas ações da empresa. Isso contribuiu para um aumento de 4,3% no índice de semicondutores PHLX (.SOX), fortalecendo a dinâmica geral no setor.
Um motor adicional para o mercado de ações foi o aumento otimista dos pedidos de auxílio-desemprego, que superou as expectativas dos analistas e aumentou o interesse global em ativos de risco.
"O Fed apresentou uma imagem bastante forte da economia, e isso levou a um influxo de capital em setores que não estavam se saindo bem até este trimestre", afirmou James Ragan, diretor de pesquisa de gestão de patrimônio da D.A. Davidson.
Taxas de juros mais baixas e as declarações confiantes do Fed sobre o controle da inflação aumentaram a confiança dos investidores, resultando em ganhos recordes no mercado de ações e lucros para grandes empresas.
O índice Russell 2000 de pequenas empresas registrou um ganho impressionante de 2,1%. Taxas de juros mais baixas abriram novas oportunidades para pequenas empresas reduzirem custos operacionais e aumentarem lucros.
O índice S&P 500 subiu 1,70%, fechando em um recorde de 5.713,64, seu nível mais alto até agora. O Nasdaq também registrou um forte ganho de 2,51%, encerrando em 18.013,98. O Dow Jones Industrial Average não ficou muito atrás, adicionando 1,26%, fechando em 42.025,19.
Dos 11 principais setores do S&P 500, oito encerraram a sessão em território positivo. Tecnologia da informação liderou os ganhos, acrescentando 3,08%, seguida pelos bens de consumo, que subiram 2,2%.
As ações da FedEx caíram 10% na sessão pós-mercado. O motivo foi a revisão das previsões de receita da empresa para o ano fiscal de 2025, o que afetou negativamente as expectativas do mercado.
O BofA Global Research revisou suas previsões e agora espera um total de 75 pontos base de cortes nas taxas até o final do ano, superior à sua previsão anterior de 50 pontos base. Isso pode ser um fator significativo nas dinâmicas futuras do mercado.
O S&P 500 ganhou uma média de 14% nos seis meses seguintes ao primeiro corte de taxa em um ciclo de afrouxamento monetário, segundo dados da Evercore ISI desde 1970. Esses dados históricos aumentam o otimismo dos investidores antes de uma nova rodada de afrouxamento monetário.
Setembro é um mês raro para os investidores do mercado de ações dos EUA. Em média, o S&P 500 perdeu 1,2% neste mês desde 1928, tornando-se um dos períodos mais fracos para as ações.
Apesar da tendência geral negativa em setembro, o setor bancário do S&P 500 apresentou um aumento confiante de 2,5%. Os líderes foram gigantes financeiros como Citigroup e Bank of America, que conseguiram mostrar uma melhoria nos resultados após cortes em suas taxas básicas.
A Progyny, uma empresa especializada em serviços para gerenciar programas de fertilidade, sofreu um revés. Após um de seus principais clientes anunciar a intenção de rescindir o contrato em 90 dias, as ações da empresa caíram 33%. Essa foi uma das maiores quedas do dia.
No índice S&P 500, o número de ações em alta superou as em baixa em duas vezes e meia, mostrando forte apoio do mercado. O mercado de ações dos EUA como um todo apresentou uma dinâmica ainda mais otimista, onde as ações em alta superaram as em baixa na razão de 3,8 para 1.
O volume de negociações nas bolsas de valores dos EUA também permaneceu alto, atingindo 12,3 bilhões de ações, bem acima da média de 20 sessões de 10,8 bilhões de ações. Essa atividade indica um contínuo interesse dos investidores no mercado de ações, apesar das dificuldades habituais de setembro.
Não foram apenas as grandes empresas que se beneficiaram com as taxas de juros mais baixas. Pequenas empresas, representadas pelo índice Russell 2000, também registraram um forte ganho de 2,1%. Custos operacionais mais baixos e empréstimos mais baratos ajudaram as pequenas empresas a ganhar terreno.
Não foi apenas Wall Street que viu ganhos. O índice MSCI Global Equity, que inclui ações de 47 países, também subiu 1,66% para 839,98, refletindo um apetite global por risco e crescente otimismo nos mercados globais.
O número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA ficou bem abaixo das expectativas do mercado na semana até 14 de setembro, sinalizando uma recuperação contínua no mercado de trabalho, com o número de novos solicitantes atingindo o menor nível em quatro meses.
A queda nos pedidos de auxílio-desemprego levou a uma venda de títulos do governo dos EUA, elevando os rendimentos. O rendimento do título do Tesouro de 10 anos atingiu uma máxima de duas semanas de 3,768%, subindo 3,2 pontos base para 3,719%, comparado a 3,687% no final de quarta-feira.
Em contraste, os rendimentos dos títulos do Tesouro de curto prazo caíram em meio a dados que mostraram uma queda nas vendas de casas. Segundo o relatório, as vendas de casas existentes caíram para seu menor nível desde 2023. Após isso, o rendimento dos títulos de 2 anos caiu 1,5 pontos base para 3,5876%, comparado a 3,603% no dia anterior.
Os mercados de câmbio também reagiram aos dados econômicos. O dólar se enfraqueceu em meio a negociações voláteis. O índice do dólar, que rastreia o greenback contra as principais moedas globais como o euro e o iene, caiu 0,41% para 100,61.
Na Europa, o mercado reagiu de forma otimista, apesar da decisão do Banco da Inglaterra de manter as taxas de juros inalteradas. O índice STOXX 600, que abrange 600 empresas europeias, acrescentou mais de 1%. A libra esterlina também se valorizou, subindo 0,5% para $1,3278, refletindo o sentimento estável do mercado na região.
Os dados econômicos continuam a pesar fortemente sobre os mercados financeiros, com os rendimentos dos títulos se movimentando, as taxas de câmbio oscilando e o otimismo na Europa persistindo, apesar das decisões dos bancos centrais.
A semana agitada de decisões sobre taxas de juros continua na sexta-feira, com o Banco do Japão no centro das atenções. Embora os especialistas não esperem movimentos drásticos neste estágio, o regulador deve surpreender os mercados elevando as taxas já em outubro, o que contrastaria com a tendência global de afrouxamento monetário.
O iene japonês enfraqueceu ainda mais em relação ao dólar americano, caindo 0,21%, para 142,57 por dólar, sugerindo que as autoridades monetárias japonesas estão dispostas a manter flexibilidade diante das expectativas de mudanças nas taxas de juros.
Em meio à incerteza econômica global, o ouro apresentou uma dinâmica confiante, subindo 1,15% para US$ 2.588,34 por onça. Os investidores continuam a ver o ouro como um meio confiável de proteção contra riscos econômicos e inflação.
Os preços do petróleo também registraram ganhos, sustentados pelas expectativas de que taxas de juros globais mais baixas apoiarão o crescimento da demanda. Os futuros do Brent ultrapassaram a marca de US$ 74 por barril pela primeira vez em uma semana, encerrando em US$ 74,88, com alta de 1,67% no dia. O petróleo bruto dos EUA também se fortaleceu, subindo 1,47%, para US$ 71,95 por barril.
Os mercados estão observando atentamente as decisões dos principais bancos centrais, com o Banco do Japão sendo um dos focos de uma possível alta de juros. A fraqueza do iene, a alta nos preços do petróleo e o fortalecimento do ouro refletem as expectativas dos investidores diante desses acontecimentos.